Temos como objetivo fundamental da Associação Catarinense do Bambu, BambuSC, a criação da cadeia sustentável do bambu no Brasil.

Por isso vemos com grande preocupação a implantação de grandes plantios monoculturais, que nada tem de ecológico ou sustentável. As espécies monopodiais, ou alastrantes, de bambu estão presentes na cultura e na economia dos países asiáticos há milênios.

Uma parcela considerável dos rendimentos dos agricultores chineses provem do cultivo de bambu e o setor de processamento e também de eco turismo relacionados ao bambu tem também grande importância econômica e social.

Os mais diversos usos e produtos são utilizados desde alimentos, bebidas, produtos de higiene e beleza, carvão, chapas compensadas, móveis, andaimes e materiais para construção civil, pisos laminados e revestimentos, barcos, construções , utensílios, …a lista é enorme…

Quando comecei a visitar os plantios comerciais chineses minha primeira impressão foi de que o bambu mosso não permite o crescimento de outras árvores em suas florestas, mas na verdade as florestas de bambu são muito antigas e seu manejo intensivo para obter grande produtividade e rendimento  acaba levando a monocultura pois são sistematicamente retiradas outras árvores e arbustos e suas raízes.

Mas eles já sentem os efeitos negativos da monocultura, como danos a biodiversidade e empobrecimento do solo, que necessita de mais e mais fertilizantes. Mas a prática está muito enraizada na cultura dos agricultores e assim, mesmo os plantios de bambu entouceirante, encontrados no sul da China, apresentam características de monocultura, com plantios de centenas de hectares de uma única espécie.

Entretanto em parques, como na foto abaixo num parque em Hangzhou, e áreas selvagens pode-se ver bambus alastrantes crescendo lado a lado com várias árvores e arbustos, o que me traz certo alento, uma esperança de que seja possível plantar bambus alastrantes  em consórcio com outras árvores e culturas em sistemas agroflorestais.