O Bambu e o Meio Ambiente

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Dia 05 de junho de 2021, comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrando a data de início da Conferência de Estocolmo, ocorrida em 1972, quando a ONU passou a dar importância ao tema. Nestes 49 anos a raça humana tomou consciência sobre os danos que provocamos no meio ambiente. Mas, pode-se dizer que ainda estamos aprendendo como lidar com o assunto.

Conseguimos controlar o principal perigo, que era o constante aumento da população mundial. Também aprendemos a reduzir riscos mais imediatos, como a poluição da água, do solo e do ar, incluindo o buraco na camada de ozônio e avançamos bastante na educação ambiental. Porém, agora surgem novos riscos de médio e longo prazo causados por todos nós, como o lixo depositado em nossos mares, a mudança climática, a rápida redução da biodiversidade, o desmatamento e até o aumento da desertificação em diversos continentes. Então há muito a aprender e corrigir, se queremos garantir o futuro das novas gerações. A solução não está apenas nos governos, cada um de nós pode e deve dar a sua contribuição, por ações que acabem resultando na redução dos riscos apontados e de outros que ainda vamos descobrir.

Figura 1 – Recuperação de área degradada com bambu iniciada em 2003 no Sítio Vagalume (2019).

O cultivo do bambu é uma importante ferramenta para reduzir o desmatamento e a desertificação e pode também ajudar em atenuar a mudança climática. Além disso, ele reduz a erosão do solo e recupera áreas degradadas, por ser uma planta primária, capaz de se desenvolver em solos pouco férteis e por depositar grande quantidade de folhas, que aumentam o teor de matéria orgânica no solo, atraindo micro-organismos, fungos e minhocas. No caso do Brasil, o cultivo do bambu pode reduzir a nossa dependência do eucalipto e do pínus, que juntos somam 95% de todas as florestas plantadas. Com ele também podemos reduzir as áreas desertificadas da Região Nordeste, avançando os plantios a partir das beiradas das áreas semiáridas, já que o bambu é uma planta permanente, que se renova através de brotações anuais. O clima de nosso país é em geral favorável ao cultivo do bambu, que gosta de muito sol e de chuva e umidade.

Figura 2 – Touceiras de Bambusa oldhamii no Sítio Vagalume (2019).

Todos nós podemos ajudar a plantar mais bambu, mesmo não tendo propriedade de um sítio ou fazenda. E até podemos ganhar dinheiro com isso, por exemplo, produzindo mudas em vasos, fazendo divulgação através de cursos, vídeos, artigos ou livros. Também podemos ajudar através do comércio ou apenas consumo de produtos de bambu, porque aumentando o consumo, vamos incentivar novos plantios. Está aí uma oportunidade de contribuir com o meio ambiente, ao alcance de todos.

 

Texto: Hans Kleine
Imagens: Marcos Marques