E seguimos com último texto dando às boas vindas 2020, por Hans J. Kleine.

É um belo desafio, principalmente para quem produz brotos de bambu em regiões de clima tropical, com muita luz do sol. Isso, porque os povos da Ásia, com maior tradição no cultivo de brotos comestíveis de bambu, como China, Coreia e Japão, descobriram ao longo do tempo que os raios solares fazem os brotos endurecer rapidamente. Uma forma de obter brotos mais macios é cobrir os que estão nascendo com uma grossa camada de folhas secas ou com serragem. Outra forma, usada em alguns plantios comerciais na Tailândia, consiste em colocar sobre cada broto um pano preto, que impede a entrada de luz, porém permite o crescimento dos brotos.

Estas técnicas são trabalhosas e aumentam o custo de produção, além de nem sempre serem eficientes, como por exemplo, em caso de ventos fortes. Precisamos de novos métodos, que resultem em redução de custos e também em aumento da parte comestível, isto é, maior proporção das partes macias sobre as mais duras. Para isso precisamos de mais investimentos em pesquisa, para entender melhor os processos fisiológicos da planta sob a ação da luz solar.

Precisamos respostas para estas e outras questões importantes.

Os brotos de bambu são bastante semelhantes ao palmito, no que se refere aos seus respectivos valores nutritivos. Outra característica em comum é a rápida degradação biológica dos seus produtos in natura, que se dá pela fermentação das seivas. Por isso, ambos devem ser consumidos imediatamente ou processados em uma indústria de conservas, no mesmo dia da colheita.

Em Santa Catarina temos uma longa tradição na fabricação de conservas industriais. Várias fábricas produzem conservas de palmito, mas ainda não as de brotos de bambu. Está aberta, portanto, uma excelente oportunidade para os produtores locais de bambu, cujo número vem aumentando a cada ano, graças aos cursos de treinamento oferecidos pela BambuSC e agora também pela capacitação de técnicos agrônomos da Epagri.

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