E para iniciar nosso ano vamos publicar um série de textos elaborados pelo vice-presidente Hans J. Kleine. Estes textos falam sobre os principais entraves para a Cadeia Produtiva do Bambu e incentiva perspectivas futuras.

Vamos lá!

Há entre os grupos de bambuzeiros uma tendência natural de ressaltar apenas as vantagens do uso e do cultivo do bambu, praticamente excluindo as suas desvantagens e principalmente as críticas que alguns segmentos da sociedade fazem à planta que tanto amamos. Na visão da maioria dos bambuzeiros, o cultivo do bambu é sustentável e benéfico ao meio ambiente pelos serviços ambientais que ele presta, como contenção de encostas, combate à erosão, recuperação de áreas degradadas, além do fato de se tratar de uma planta permanente, que permite colheitas anuais sem exigir replantio e também sem necessitar o uso de agrotóxicos. O bambu também é um substituto da madeira em muitas aplicações, o que alivia a demanda sobre o corte de árvores. Esta é a imagem que geralmente fazemos e que divulgamos, sem levar em conta que são justamente os ambientalistas que emitem as críticas mais contundentes ao cultivo do bambu.

O nosso entusiasmo pelas mil e uma utilidades do bambu nos faz esquecer que há pessoas que o consideram uma praga a ser eliminada ou no mínimo a ser mantida sob controle. Penso que está na hora em dar mais atenção e respostas às pessoas que estão de fora de nossos grupos e convidá-las para um debate aberto e proveitoso para ambas as partes. Precisamos ouvir e tentar entender os motivos que levam, por exemplo, alguns biólogos e ecólogos a rotular os bambus como plantas invasoras e inimigas da biodiversidade. Apresento a seguir as críticas mais frequentes e o que penso de cada uma.

Estas são as principais objeções que devemos conhecer, pois ignorá-las não é o melhor caminho. A lista poderá aumentar no futuro, à medida que a cadeia produtiva do bambu se tornar mais expressiva no Brasil. As críticas sempre devem ser bem recebidas, pois são oportunidades de conhecer outros pontos de vista. Mesmo nos casos em que a crítica é injusta ou exagerada, por exemplo, quando até espécies não alastrantes são rotuladas como invasoras, devemos agir com compreensão, lembrando que o bambu ainda é pouco conhecido por aqui.

plugins premium WordPress