BambuSC realiza curso pioneiro em Curitibanos/SC

No dia 17/09/11 a BambuSC fez a sua estréia no Planalto Catarinense, com um curso sobre “A Cadeia Produtiva do Bambu”, como parte do projeto de cooperação entre o Centro de Ciências Agrárias da UFSC, a BambuSC e a colônia japonesa de Frei Rogério/SC. O evento foi realizado no auditório do novo campus da UFSC em Curitibanos, das 09 às 12 horas, tendo como ministrantes o eng. Fumio Honda, agrônomo da colônia japonesa (foto), e os colegas Marcos Marques e Hans Kleine da BambuSC.

Entre os 27 participantes do curso havia poucas pessoas não vinculadas à UFSC e a maioria era de alunos do único curso oferecido neste campus, que é o de Ciências Rurais. Foi informado, que a partir de 2012 entrarão em funcionamento também os cursos de Agronomia e de Engenharia Florestal, sendo que este último contará com uma inédita cadeira sobre cultivo do bambu. O prof. Dr. Alexandre Siminski fez a abertura do curso e destacou o ineditismo do tema abordado para a região de Curitibanos. A seguir o eng. agrônomo Marcelo Venturi, do campus de Florianópolis, informou aos participantes sobre o trabalho que a UFSC e a BambuSC estão realizando em Florianópolis, como os cursos semestrais, a criação do primeiro bambuseto público de SC, situado na Fazenda Experimental Ressacada, e o recente projeto de micropropagação do bambu da equipe do prof. Dr. Miguel Guerra.

Antes de iniciar o curso propriamente, o eng. civil Marcos Marques expôs sobre uma mesa diversos objetos, feitos de bambu ou de seus subprodutos (foto), para ilustrar a grande abrangência da cadeia produtiva. Com o auxílio também de muitas fotos, feitas durante o seu curso na China, ele foi destacando a importância da cadeia sob os aspectos social, ambiental e econômico.

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O eng. agr. Fumio Honda apresentou um interessante relato sobre a implantação da colônia japonesa em Frei Rogério, na década de 1960, por ele e mais oito famílias de imigrantes. Foi dele a iniciativa de introduzir o cultivo do bambu já nos primeiros anos, a partir de mudas provenientes de outras colônias japonesas do estado de São Paulo. Ao longo do tempo foram introduzidas 10 espécies, com destaque para as espécies chamadas de “madake” (Phyllostachys bambusoides) e “hachiku” (Phyllostachys nigra var. henonis), plantadas em maior quantidade devido a sua boa adaptação ao clima da região. O uso inicial era para a construção de estruturas de secagem do alho, que é até hoje continua sendo o principal cultivo da comunidade. Os brotos são usados para a alimentação própria e a produção de mudas está surgindo nos últimos anos como fonte adicional de renda para as trinta e sete famílias, com uma produção que já alcança cinco mil mudas por ano.

A última parte do curso foi apresentada pelo químico Hans Kleine, referente ao reflorestamento com bambu e com destaque para as vantagens e desvantagens em comparação com a silvicultura tradicional com árvores. Ele também indicou as espécies mais cultivadas hoje no Brasil e aquelas que melhor se adaptam à Região do Planalto.

Os participantes demonstraram bastante interesse pelos assuntos apresentados e também pelos objetos expostos, fazendo muitas perguntas. Um deles até trouxe uma amostra de folhagem de um bambu originário de Taiwan para ser identificado. Os professores da UFSC também ficaram satisfeitos com o resultado do curso e definiram que o próximo, sobre cultivo e manejo e que incluirá a implantação do segundo bambuseto de SC e primeiro em Curitibanos, será agendado para o mês de abril de 2012.

Para a BambuSC o evento representou a abertura de uma nova frente de atuação no interior do estado, valorizando o trabalho pioneiro da comunidade e integrando-o à universidade local.

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