O evento ocorreu entre os dias 22 e 24 de outubro de 2019 na cidade de Quito, Equador. Representando a BambuSC no maior evento científico sobre bambu das Américas, estavam engenheiro civil Alexandre Oliveira Vitor e arquiteta urbanista Andrea Jaramillo, apresentaram os artigos científicos de seus projetos de pesquisa e de extensão.

Executado como parte de seu Trabalho de Conclusão de Curso, Alexandre expôs a construção do protótipo experimental em bambu da UFSC com o nome “Protótipo de habitação popular mais sustentável utilizando bambu para a estrutura e bahareque para as paredes” e Andrea apresentou o projeto de extensão nomeado como “Utilização sustentável do bambu na construção: cobertura para bicicletário na UFSC”, executado em parceria pelos cursos de Botânica, grupo Virtuhab da UFSC e Associação Catarinense do Bambu (BambuSC).

O evento contou com a participação de grandes nomes da comunidade do bambu como Simón Vélez, Ximena Londoño, Lynn Clark, Maurício Cárdenas, Jorge Augusto Montoya, entre outros. Em meio a grandiosas palestras e apresentações de alto nível, a aplicabilidade do bambu foi relatada em suas diferentes formas: como material de construção (bambu roliço, bambu laminado e esteiras de bambu), como alimento, como parte de tratamento de efluentes e como regulador de recursos hídricos e da qualidade do ar. No entanto o foco do simpósio esteve diretamente relacionado ao uso do bambu roliço como material construtivo desde o seu plantio, tratamento, ensaios característicos de resistência até o correto desenho e construção de estruturas de bambu para garantir maior durabilidade ao material.

Alguns dos relatos do Congresso cogitam que o futuro do bambu está na elaboração e incorporação de produtos industriais a partir desta matéria prima mais sustentável. Avery Chua, representante da empresa dasso, palestrou sobre o uso de produtos a partir de bambu para a inovação global, apresentando laminados feitos a partir de esteiras de bambu, tratados com altas temperaturas em conjunto ao aditivo de polímeros, dando característica impermeável os laminados e possibilitando o uso deste material em ambientes externos expostos a intempéries. David Knight defende que o bambu é mais forte e mais leve que a madeira no uso dos laminados para pisos de prédios, reduzindo a carga a ser suportada pela estrutura e diminuindo a necessidade de uma estrutura de concreto mais robusta.

Outros estudos que chamaram atenção foram os de Mateo Gutiérrez e de Hormilson Cruz Rios. Mateo, pós graduando na The University of Queensland analisou o comportamento físico-mecânico do bambu em situações de incêndios, comprovando que o bambu precisa de mais tempo para pegar fogo e propagar as chamas, apresentando queima mais lenta quando comprada à madeira (em relação a mesma densidade de fibras). Hormilson apresentou plantações comerciais de bambu da empresa surbambu, apontando que diferentes espécies de bambus atendem diferentes tipo negócio, que devido à grande gama de utilidades da matéria prima como pellets para geração de energia, carvão ativado, brotos, fibras, laminados e construção civil, cada espécie possuiu sua potencialidade para determinado uso.

No dia 25 de outubro de 2019, um dia após o encerramento do evento, foi realizada visita à plantação de 100 hectares de bambu da empresa Allpabambú sendo a dividida em duas espécies, Dendrocalamus asper e Guadua angustifolia kunth.

Eng. Alexandre Oliveira Vitor, membro associado à BambuSC (e-mail: ale.o.vitor@gmail.com)

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