Cartilhas & Adesivos

História

A BambuSC foi constituída legalmente no dia 02 de maio de 2005, em Florianópolis, por um grupo de entusiastas, formado já um ano antes. Ao final de um curso sobre bambu, ministrado pelo professor visitante Marco Antonio dos Reis Pereira, da UNESP de Bauru, nos dias 27 e 28 de março de 2004, o participante Hans Kleine, químico aposentado, sugeriu a constituição de um grupo de estudos do bambu em Florianópolis, o que foi aceito por todos os 15 alunos. O curso foi organizado pelo engenheiro civil e produtor Marcos Marques, um pioneiro no cultivo de diversas espécies de bambu em seu Sítio Vagalume, no município de Rancho Queimado.

Neste breve curso de fim-de-semana o prof. Pereira repassou aos participantes o que havia aprendido em dois meses de treinamento na China, mostrando o imenso potencial do bambu como matéria-prima de uma diversificada cadeia produtiva. Por isso até hoje ele é considerado como sendo o patrono da BambuSC. As atividades do grupo de estudos formado ficaram inicialmente restritas a trocas diárias de mensagens em um grupo de e-mail da Agrorede, vinculada ao Curso de Agronomia da UFSC, além de encontros presenciais mensais, em uma sala de aula da escola privada Autonomia, bem como a alguns eventos, como mutirões de colheita de brotos e colmos, que serviram para o maior entrosamento do grupo e troca de informações e de conhecimentos. As listas de presença destas atividades iniciais foram em grande parte preservadas.

Merecem destaque deste período inicial:

1) a elaboração do estatuto da entidade, que contou com o inestimável apoio da advogada Elisabeth Roecker e que serviu depois como modelo para outras entidades, incluindo a BambuBR;

2) a criação de uma diretoria provisória para o período entre maio e dezembro de 2005, sob a presidência de Hans Kleine;

3) a eleição da primeira diretoria definitiva para o período de 2006 a 2008, sob a presidência de Marcos Marques;

4) os concursos de escolha da logomarca, vencido pela arquiteta Dóris Cury, e do adesivo “Bambu: plante esta ideia“, vencido pelo então vice-presidente Carlos Barboza. A transformação do grupo de estudos em uma entidade formal abriu posteriormente a alguns de seus membros a possibilidade de participar de diversos cursos de treinamento na China, custeados integralmente pelo governo daquele país, como Priscila Martins (2007), Marcos Marques (2009), Thiago Greco (2010) e Thiago Ornellas (2018).

Nos primeiros anos não houve cobrança de anuidade dos associados, embora estivesse previsto no estatuto. As despesas da entidade eram cobertas por diversas fontes de receita, como a venda de adesivo e de números de uma rifa de uma cadeira de balanço de bambu, doada pelo artesão Gilmar Telles, da empresa Bambu Arte, além das taxas pagas pelos alunos de diversos cursos de treinamento organizados pela BambuSC. Em 2006 foi conquistada a parceria com uma unidade do CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica (atual IFSC), em Florianópolis, que durante três anos abriu as suas dependências (salas de aula, oficinas e auditório) para as atividades da BambuSC, incluindo uma exposição de um estande da BambuSC, durante a semana tecnológica.

O primeiro curso organizado pela BambuSC ocorreu já em maio de 2005, no município de Santa Rosa de Lima, ministrado pelo engenheiro florestal David Escaquete, de Bauru (SP), com larga experiência em cultivo e manejo de bambuzais e com o financiamento da Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral – AGRECO. No mesmo ano foi publicada a primeira cartilha “Cultivo e manejo de bambu”, elaborada pela arquiteta e urbanista Sumara Lisbôa, com o patrocínio de várias empresas e prestadores de serviço de Florianópolis. Sumara também organizou, entre os anos de 2007 e 2011, vários cursos de construção com bambu, em Florianópolis, junto com o arquiteto paraguaio Guillermo Gayo e o artesão e construtor Rodrigo Primavera.

Em 2009, teve o início do projeto de pesquisa sobre laminados e chapas de bambu, financiado pelo CNPq, com prazo de dois anos, envolvendo os parceiros Universidade Federal de Santa Catarina  UFSC sob a coordenação de Carlos Alberto Szücs, professor do departamento de engenharia e orientando Gabriel Targa, empresa Oré Brasil localizada em Campo Alegre e BambuSC como consultora. O projeto foi parte da criação da Rede Brasileira de Bambu e possibilitou, em 2010, o lançamento do livro “Cultivo e Manejo do bambu” escrito por Thiago Greco junto de sua esposa Marina Cromberg.

O Governo Federal lançou em 2008 o primeiro edital específico de incentivo à pesquisa de materiais de construção de bambu, financiado pelo CNPq, com prazo de dois anos. A BambuSC conquistou a pequena verba oferecida à Região Sul, articulando uma parceria com a empresa de móveis de bambu Oré Brasil, do município de Campo Alegre, junto com o Departamento de Engenharia Civil da UFSC, sob a coordenação do professor Carlos Alberto Szücs. O projeto de pesquisa envolveu o uso de bambu laminado no desenvolvimento de painéis e também de uma cadeira, incluindo testes de resistência mecânica da cadeira. O papel da BambuSC foi o de prover cursos de treinamento na fábrica de móveis e a publicação da apostila “Bambu: Tecnologia da Durabilidade”, de Hans Kleine e o livro “Bambu: Cultivo e Manejo”, de Thiago Greco e Marina Cromberg, contribuindo para aumentar a escassa literatura brasileira sobre estes assuntos. O site foi criado pelo associado Ari Boehme, em 2009 e no mesmo ano ocorreu a abertura de conta bancária e a contratação de contador, além da realização de cursos em diversos municípios do Estado, ministrados pelos associados Thiago Greco, Gilmar Telles, Marcelo Venturi e Hans Kleine.

O ano de 2010 foi marcado pela implantação da primeira coleção de espécies de bambu (bambuzeto) em um órgão público de SC, na Fazenda Experimental Ressacada da UFSC, situada ao lado do aeroporto de Florianópolis. A segunda coleção foi implantada cinco anos depois também pela UFSC, no Campus de Curitibanos, em parceria com a BambuSC e a colônia japonesa de Frei Rogério. No mesmo ano a BambuSC alcança o título de Utilidade Pública Municipal em Florianópolis, através de um projeto de lei de autoria do vereador Renato Geske.

Um segundo edital, específico para desenvolver a cadeia produtiva do bambu no Brasil, foi lançado pelo CNPq em setembro de 2013, prevendo conceder uma verba em torno de um milhão de reais para projetos em cada uma das cinco regiões do País, com ênfase em tecnologias de produção de mudas em larga escala, entre outras exigências. Novamente a BambuSC se candidatou e venceu a parte destinada à Região Sul, formando um consórcio de seis universidades, sob a coordenação do prof. Miguel Guerra, do Centro de Ciências Agrárias da UFSC, um dos mais respeitados especialistas em micropropagação do Brasil. O projeto era formado por dez subprojetos, incluindo temas variados, que podem ser conferidos no detalhado relatório disponível neste site. Com este projeto a BambuSC e as universidades parceiras conseguiram se destacar a nível nacional, pelo grande número de publicações de pesquisas, bem como pela quantidade e qualidade dos recursos humanos formados ao longo de cinco anos de duração.

Em 2019 foi elaborado o Regimento interno principalmente para efetivar o funcioncamento de Unidades Regionais, a realização do projeto “Bambu na escola“. Neste mesmo ano teve um acontecimento histórico, firmou-se o termo de cooperação técnico com a EPAGRI  e com vereador Marquito para a realização do Ciclo de Palestras sobre Bambu na Câmara de Vereadores de Florianópolis e atividades do Jardim Botânico de Florianópolis.

Com a pandemia e a impossibilidade de eventos presenciais, o ano de 2020 foi marcado pela realização de 11 webnários com a participação de diversos bambuzeiros do país e o lançamento do projeto “Cartilha para iniciantes” e o lançamento do número 1: A cadeia Produtiva do bambu.

Em 2021 gradativamente as atividades presenciais foram retomadas mas vale destacar a articulação com Nilso Berlanda, deputado estadual para a Politica Estadual de Incentivo ao Desenvolvimento da cadeia Produtiva do Bambu em Santa Catarina e a instalação da Câmara Setorial Estadual.

Veja mais sobre esse histórico no webnário comemorativo de 15 anos da existência da BambuSC.