Energia de Biomassa de Bambu

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No Brasil existe grande disponibilidade de biomassa, na forma de florestas nativas, muito embora seu uso indiscriminado tenha causado prejuízos ambientais. No século passado foram introduzidas as florestas plantadas, mais produtivas e de qualidade uniforme, que junto com produtos agrícolas como a cana-de-açúcar e diversos resíduos de outras culturas, permitem a sua transformação em cavacos de lenha, carvão vegetal, pellets, briquetes, álcool, biodiesel, entre outros combustíveis de origem vegetal. As florestas plantadas são monoculturas, com destaque para o eucalipto, que ocupa 80% das áreas plantadas, apresenta rápido crescimento e tem bom poder calorífico. O pinus ocupa em torno de 15% e as demais espécies apenas 5%. Na próxima década a área de florestas plantadas deve dobrar de tamanho, passando de 7 para 14 milhões de hectares. Porém, apenas uma parte destas áreas são usadas para fins energéticos, sendo o restante encaminhado para fábricas de celulose e papel, móveis, chapas aglomeradas, bem como para a construção civil.

Uma outra alternativa de biomassa, ainda pouco explorada, é o bambu. O seu uso no Brasil é anterior à vinda dos portugueses em 1500, ficando muito tempo restrito aos povos indígenas, que com ele faziam suas casas, arcos e flechas, cestas, etc. Existem mais de 200 espécies nativas de bambu em nosso país, distribuídas em todos os estados, e em torno de 1.500 no mundo. Uma reserva natural existente na Amazônia é a maior do mundo e abrange em torno de 9 milhões de hectares, no Acre, na Bolívia e no Peru. A introdução de espécies exóticas no Brasil se deu somente a partir de 1814, com a imigração de uma colônia de chineses no Rio de Janeiro, que trouxe duas espécies de bambus tropicais da Ásia, hoje as espécies mais plantadas no país, com foco na produção de papel.  O uso do bambu como biomassa para energia é relativamente recente, ocorrendo principalmente no setor cerâmico, devido à já mencionada redução no uso de lenha de matas nativas.

O bambu é uma gramínea, de crescimento mais rápido do que o eucalipto e pode substituir a madeira em praticamente todos os usos, incluindo a geração de energia, pois o seu poder calorífico e a sua produtividade por hectare são competitivos. Uma outra característica atraente do bambu é a sua capacidade de recuperar áreas degradadas, podendo ser usado com vantagem na revegetação de áreas da mineração, em função de suas raízes superficiais, que ocupam apenas uma fina camada de solo, de até 50 cm de profundidade.

Este é um dos muitos temas sobre biomassa para energia, que serão discutidos no seminário internacional BIO.COMBRASIL, a ser realizado em Florianópolis nos dias 12 e 13 de novembro de 2015. Mais detalhes em http://ibiom.com.br/biocombrasil/ e em www.bambusc.org.br .